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21 de set. de 2010

Política para crianças e adolescentes

Não gosto de política, na verdade não entendo muita coisa e confesso que não faço muita questão de entender, provavelmente isso é reflexo de uma infância onde o tema era tabu. Lembro-me da minha mãe contando sobre acontecimentos proibidos, quase em tom de segredo (ela era militante) e meu pai desviando do assunto e chamando a todos de subversivo (ele era militar). Ao contrário de muitos amigos não estava nem aí para o movimento "Diretas Já" e mais tarde com os caras pintadas de Fernando Collor, morava fora do Brasil. O máximo da minha participação política foi exercer o direito e o dever de votar em todas as eleições, sendo sempre criteriosa ao escolher meus candidatos.

Mesmo sem entender muito do assunto, na minha casa assistimos aos debates e ao horário eleitoral, discutimos sobre o perfil e as propostas dos candidatos para poder fazer a melhor escolha. Foi nesse contexto que me surpreendi com a atitude do meu filho, 16 anos, pior do que eu na adolescência ele optou por não tirar o título. Ele não vai votar! Questionado sobre o assunto ele diz que não vai mudar nada, mesmo. E eu respondi: é justamente o contrário! Se você e todos os outros que tomaram essa decisão optassem por votar talvez conseguíssimos mudar alguma coisa...

Ele está no seu direito, pois ainda não é obrigado a votar e sua atitude tem o mesmo significado das inúmeras pessoas que estão escolhendo os Tiriricas da vida (Tiririca surpreendeu!) como candidato: entregaram os pontos estão desiludidas, certas de que não há mais nada a fazer. É lamentável que nossos jovens tenham chegado à esse ponto depois de nossa história de luta em prol de um país democrático, livre.

O que é preciso fazer para mudar?
É preciso educar politicamente nossos jovens e adolescentes. Sem preconceitos, sem dogmas, dissecando cada pedacinho da história política do nosso país, conceituando e colocando cada evento dentro do seu contexto. Por exemplo na década de 60/70 torturar e exilar era tão normal para os de direita quanto sequestrar, torturar ou fazer terrorismo para os de esquerda. Ambos radicais, ambos politicamente, humanisticamente incorretos, mas totalmente dentro do contexto, da época. Ambos errados do ponto de vista ético. E a partir daí teremos "n" outros exemplos para ensinar às nossas crianças e adolescentes, despertando o interesse pela política e dando plena condição para que compreendam, julguem e decidam o que desejam para o seu futuro.

Como ensinar política para crianças e adolescentes?
O certo é que quanto menores, mais adaptadas devem ser as informações. Aproveitar que as eleições são a bola da vez também ajuda. O ponto de partida para introduzir o tema pode ser realizar uma eleição, com direito à campanha e tudo, na sala de aula e/ou na escola, para eleger representantes e a partir daí começar a explicar, através de analogias, que os políticos são, nada mais do que, representantes dos nossos desejos, das nossa vontades (ou deveriam ser...).

Um sugestão de onde buscar informações adequadas para as crianças é no site Plenarinho. Desenvolvido pelo governo o site trás informações divididas em seis seções. Você poderá encontrar:

  • Funcionamento do legislativo federal.
  • Informações sobre o histórico da Câmara dos Deputados, quais são suas principais atribuições, seu funcionamento.
  • Quem são e o que fazem os deputados. 
  • Responsabilidades desses parlamentares e de suas relações com as outras esferas do poder.
  • Explicações sobre as eleições e também a respeito dos partidos políticos.
  • Informações sobre os acontecimentos mais importantes relacionados ao funcionamento do Congresso.
  • Informações sobre cidadania, o que significa ter direitos, informações sobre saúde ou ainda meio-ambiente e, para completar, os trabalhos do Congresso na área de Educação, Cultura e Esportes

Além disso existem jogos, salas de bate-papo, dicionário e uma área só para professores - Plenarinho para Professores, com textos, oficinas e atividades didáticas.

Outra sugestão, mas dessa vez para os adolescentes é iniciar uma discussão a partir do vídeo do Felipe Neto, do Canal Não Faz Sentido, do Youtube. Excelente, vale a pena ver!

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