“E agora? Um livro para crianças lidando com luto por suicídio”, da All Print Editora, que será lançado no próximo dia 23/08, das 15h às 18h, na livraria da Vila do JK Iguatemi, em São Paulo, ajuda a explicar o suicídio para os pequenos. No dia seguinte, 24, é a vez de estrear na Bienal do Livro, no Anhembi, em uma tarde de autógrafos, das 17 h às 20h.
Com ilustrações de Andrea Brazil, linguagem de fácil entendimento e atividades para serem preenchidas e refletidas durante as 64 páginas, a autora menciona dados preocupantes sobre a taxa de suicídio e informa que há várias maneiras de auxiliar. “Explicar e conversar sobre o suicídio com uma criança é uma tarefa difícil e, muitas vezes, desafiadora. Porém, é muito importante que cada família encontre sua forma única de quando, como e o quê contar, para que a criança saiba a verdade, com uma linguagem e detalhes adequados à sua idade e às suas características, e que ela tenha com quem contar. Muitas vezes, a criança não sabe o que dizer para os outros e precisa ser ajudada nesse percurso”, conta a psicóloga.
Como explicar o suicídio para crianças
De acordo com dados de 2010 da Organização Mundial de Saúde, para cada morte por suicídio há uma média de cinco a dez pessoas que são afetadas, em sua maioria das vezes, com laços consanguíneos. Alguns autores acreditam que o número é ainda maior, de 28 a 50 pessoas, dependendo da faixa etária e da quantidade de familiares.“Há um aumento da depressão, deterioração de laços familiares e luto traumático. Há uma crença que se não falarmos sobre o assunto ele se resolverá sozinho com o tempo, mas isso não pode ser mais errado ao se pensar no luto por suicídio. No final, as pessoas sabem, e as crianças também, o que leva muitas vezes a descoberta pela criança da forma errada, sem a sensibilidade e proteção que a família pode ter”, afirma Karen, que também é Mestre em Saúde Pública na área de Promoção de Saúde Mental e Prevenção ao Suicídio.
Diferente de muitos países, esse tipo de morte continua crescendo no Brasil: média de 1 suicídio a cada hora. Mas, independentemente dos números alarmantes, o tema já é assustador. São inúmeras possibilidades que levam as pessoas a cometerem o suicídio e muitas vezes só restam choque, dúvidas, conjecturas e tristeza para os que ficam. O cenário é ainda pior quando estão envolvidos crianças e adolescentes, que muito cedo precisam tentar entender e lidar com um problema pouco falado e que mesmo os adultos têm dificuldade em assimilar.
“O livro é uma ferramenta de diálogo e contato. É uma forma de mostrar para as crianças que elas não estão sozinhas, que muitas outras crianças passaram e estão passando pelo mesmo que elas. Mostrar que o luto é um processo, difícil e longo, mas que dor não dura para sempre da mesma forma. Ajudar as crianças a darem um sentido ao que aconteceu. Do jeito delas. Não passar por cima do luto e sim passar pelo luto”, explica Karen.
Psicóloga, psicoterapeuta, especialista em Gestalt Terapia pelo Instituto Sedes Sapientiae (2004). Mestre em Saúde Pública na área de Promoção de Saúde Mental e Prevenção ao Suicídio no Instituto Karolinska – Suécia (2011).Doutoranda em Psicologia Escolar e do Desenvolvimento Humano.
http://www.karenscavacini.com
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